(1890-1958): pseudónimo de clandestinidade Rubina. Professora primária açoriana, liga-se ainda jovem ao Partido Comunista Português. Em 1938, em Paris, é delegada do PCP junto do PCF e trabalha com a Associação dos Imigrantes Portugueses em França. Na queda de uma tipografia clandestina do jornal comunista Avante!, em 1945, o seu sangue-frio permitiu a fuga de dois dos seus camaradas e a eliminação de documentos comprometedores. Instalada em Barqueiro, perto de Alvaiázere, a oficina de impressão foi descoberta por acidente. Era difícil aos três clandestinos salvarem-se todos, dado que a população estava alertada e com suspeitas e a gnr rondava perto. Maria Machado decidiu ficar para cobrir a retirada dos seus camaradas (que se afastaram com o pretexto de irem buscar quem os identificasse) e conseguiu queimar todos os documentos antes de a casa ser assaltada. Levada sob prisão, ao passar pelas ruas da povoação, ia dizendo às pessoas que se juntavam, curiosas: “Não somos gatunos, somos amigos do povo e gente honrada.” Levada para o posto da GNR, falou sempre aos soldados presentes, acusando o fascismo e denunciando os crimes do regime. Quando chegaram os agentes da polícia política, e durante as quatro horas que durou o interrogatório, afirmou apenas que se recusava a prestar declarações, por dever de comunista e por respeito à sua própria pessoa. Condenada a vinte e dois meses, em 1946, foi libertada no ano seguinte. Novamente presa “para averiguações” em Dezembro de 1953, foi solta em Janeiro de 1954, para voltar a ser presa em Abril e libertada em Outubro de 1956. Com a saúde muito abalada pelas privações e torturas, morreu em Outubro de 1958, depois de fazer testamento deixando os seus bens ao partido.