(1932): batalhão composto por afrodescendentes que lutou contra a ditadura de Getulio Vargas pleiteando uma Constituição para o Brasil. Com o início da guerra, estruturou-se em São Paulo o exército constitucionalista composto por unidades do exército brasileiro sediadas no estado, da Força Pública e de batalhões de voluntários civis. Jamais houve uma convocação obrigatória de reservistas. Muitos dos batalhões eram criados por categorias específicas como universitários, comerciários, operários, esportistas, ferroviários, professores e funcio- nários públicos. A população negra também criou, na quinta-feira, dia 14 de julho – cinco dias após o início da guerra –, um batalhão específico batizado de “Legião Negra de São Paulo”. Este agrupamento foi uma dissidência da Frente Negra Brasileira que não tomou posição no movimento, recusando-se a organizar batalhões específicos de negros, mas liberou seus afiliados para agir conforme suas próprias consciências. A Legião era formada por três bata- lhões de infantaria e chegou a possuir um efetivo de aproximadamente 2 mil combatentes.
A Legião Negra recebeu um tratamento discriminatório por parte do alto comando das forças constitucionalistas. Foi enviada logo para a linha de frente, a sustentar os mais pesados dos combates. Alguns dos soldados negros foram usados sem treinamento, sem provisões, sem segurança e sem munição.
Após a revolução constitucionalista de 1932 a “Legião Negra de São Paulo” foi rebatizada de “Legião Negra do Brasil”. Ela continuou por alguns anos suas atividades em determinados estados, funcionando como sociedade civil no bojo do movimento negro.
Imagem: O então governador do Estado de São Paulo e líder da Revolução Constitucionalista, Pedro de Toledo, visita a sede da Legião Negra. Foto: acervo da Fundação Energia e Saneamento de São Paulo. Clique na imagem para ampliar.