(23-26 junho de 1848): Insurreição heróica dos operários de Paris, reprimida com excepcional crueldade pela burguesia francesa. A insurreição foi a primeira grande guerra civil da história entre o proletariado e a burguesia. A dissolução da Comissão de Luxemburgo e, finalmente, o fechamento das Oficinas Nacionais — que empregavam 110 mil operários — provocaram uma forte contestação por parte dos operários fabris. Contra tais decisões Auguste Blanqui comandou em junho de 1848, as insurreições operárias de Paris. Desempregados e sem meios de sustento, os operários revoltaram-se espontaneamente levantando barricadas e dispostos a enfrentar o novo poder estabelecido e controlado pela burguesia. "Nós queremos uma República democrática e social", dizia um cartaz afixado pelos revolucionários. Toda tentativa de pacificação foi rejeitada pelos sublevados. Para tentar suprir o desacato ao poder a Assembleia Nacional Constituinte decretou estado de sítio e nomeou o ministro da Guerra, general Louis-Eugène Cavaignac, chefe do poder executivo, dando-lhe poderes ditatoriais para que este travasse a revolta popular. O general Cavaignac foi ajudado por forças vindas espontaneamente das províncias. Nobres, burgueses, padres e camponeses marcharam ombro a ombro para ajudar Cavaignac a massacrar os insurretos de Paris. A insurreição operária parecia bem encaminhada até ser esmagada, à força de bala, pela ação implacável de Cavaignac. No combate, que durou quatro dias, morreram 1 500 insurretos. A repressão posterior, gerada pelo ódio, vingança e medo dos proprietários, também foi violenta. Após um julgamento sumário, que não deixou nenhum direito de defesa aos condenados, 12 000 insurretos foram presos e 4 mil deportados para a Argélia. Os jornais foram suspensos, as reuniões públicas proibidas e as associações políticas postas sob o controle da polícia.