(1886-1986): Nome completo Eugênio Gudin Filho. Engenheiro, trabalhou em empresas estrangeiras atuantes no Brasil, como a Light, a Pernambuco Tramway and Power Co. e a Great Western of Brazil Railway Co. , da qual seria diretor-geral por quase 30 anos. Passou a interessar-se por economia na década de 20. Em 1929, tornou-se diretor da Western Telegraph Co., cargo que ocuparia até 1954. A partir da década de 30, passou a integrar importantes órgãos técnicos e consultivos de coordenação econômica criados pelo governo federal. Na década de 40, nos debates travados no interior dos órgãos técnicos do governo federal, Gudin apresentava-se como um crítico das medidas econômicas protecionistas e um defensor decidido da liberdade de atuação para o capital estrangeiro, da igualdade de tratamento dado a este e ao capital nacional, e da abolição das restrições à remessa de lucros para o exterior. Adepto do monetarismo ortodoxo, para Gudin os problemas da economia brasileira deveriam ser enfrentados por um rígido controle da inflação baseado na redução de investimentos públicos e na restrição ao crédito. Em 1943, participou do I Congresso Brasileiro de Economia e, no ano seguinte, foi escolhido delegado brasileiro à Conferência Monetária Internacional, realizada em Bretton Woods (EUA), que decidiu pela criação do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Internacional para a Reconstrução e o Desenvolvimento (BIRD). Essa conferência foi marcada pela retomada dos postulados liberais, defendidos por Gudin, na condução das relações de comércio internacional, em contraste com o predomínio de políticas protecionistas nos anos anteriores. Entre 1951 e 1955, representou o governo brasileiro junto ao FMI e ao BIRD. No início da década de 50, integrou a Comissão de Anteprojeto da Legislação do Petróleo, tendo discordado das restrições impostas a atuação do capital estrangeiro no setor. Em seguida, colocou-se frontalmente contrário à criação da Petrobrás e à instituição do monopólio estatal do petróleo.
Foi Ministro da Fazenda no governo de Café Filho.
Deixou o ministério em abril de 1955. Durante o governo de João Goulart, publicava sistematicamente artigos na imprensa contra o presidente, defendendo a sua deposição. Nesse sentido, apoiou o golpe militar de março de 1964, que afastou Goulart do poder.