(1902-1968): Médica, escritora, pacifista e anarquista espanhola. Sua militância anarquista ocorreu nos anos que antecederam e durante a Guerra Civil Espanhola. Foi uma das fundadoras e membro da organização Mujeres Libres. Entre 1936 e 1937, foi diretora de assistência social no Ministério da Saúde e Assistência Social da Espanha. No governo, promoveu o estabelecimento dos chamados "liberatorios de prostitución", lares de libertação para prostitutas, onde poderiam receber assistência médica, psicoterapia e treinamento profissional para permitir que adquirissem independência econômica por meios socialmente aceitáveis. Lutou para promover a conscientização sobre a sexualidade feminina, defendeu a liberdade sexual e lutou contra a monogamia e o duplo padrão sexual. Antes da guerra foi membro "treintista", movimento reformista no seio da Confederação Nacional do Trabalho (CNT) que defendia a necessidade de uma fase preparatória de alguns anos antes do início da revolução social e tentava desmistificar o "mito revolucionário", propondo uma revolução pela educação e pelo exemplo. Ela possuía uma visão mais essencialista da natureza feminina, recorrendo as mulheres como mães e adotando a maternidade como um estado natural e feminino. Ela escreveu extensivamente sobre o tema da maternidade, promovendo uma abordagem anarquista da criação dos filhos. Foi o colíder da Liga Española de Refractarios a la Guerra, um grupo de absolutistas resistentes à guerra, junto com seu colega e companheiro pacifista José Brocca. Durante a Guerra Civil Espanhola, ela atuou na Orden del Olivo, o braço espanhol da Internacional de Resistentes à Guerra, ajudando as vítimas da guerra.