(1794-1856): Durante a reação negra nicolasiana ocupou uma posição filosófica original. Chadaev estava relacionado com os dekabristas, embora sem ter participação ativa na sublevação, por achar-se então no estrangeiro, donde regressou à Rússia em 1826. Chadaev escreveu suas "Cartas Filosóficas" (ao todo oito), a primeira das quais foi publicada em 1836. O redator da revista que publicou a carta foi desterrado, a revista fechada e o próprio Chadaev declarado louco.
Chadaev pronunciou-se com acrimônia contra a autocracia e a servidão, e, particularmente contra a igreja ortodoxa. Seu ceticismo e seu pessimismo foram motivados pelo fracasso do movimento dekabrista e pela falta de fé na possibilidade de triunfar sobre a reação nicolasiana.
Em seu ódio à autocracia e à servidão, Chadaev dirigia seu olhar para a sociedade burguesa, então avançada, da Europa Ocidental, opondo-lhe a atrasada Rússia feudal. Chadaev chegou mesmo a negar o papel e o significado histórico cultural da Rússia. Estes erros básicos tinham nele certos aspectos de misticismo. Vendo na igreja ortodoxa o princípio diretor na Rússia, Chadaev preconizava, como ideal cultural político, o catolicismo e a igreja católica. Contudo negou apenas o papel histórico da Rússia feudal autocrática. Amava ardentemente sua pátria e sonhava com sua evolução progressista. Em 1837 reconheceu em sua "Apologia de um demente" o imenso papel histórico da atividade de Pedro I para a Rússia, e declarou que os russos "estão destinados a resolver a maior parte dos problemas de ordem social, a realizar a maior parte das ideias nascidas nas velhas sociedades, a resolver os problemas mais importantes que preocupam a humanidade". Este pensamento posteriormente foi desenvolvido por Hertzen.