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Um dos fundadores da Editorial Vitória, editora do Partido Comunista do Brasil (PCB) e da Juventude Comunista Brasileira (JCB). Membro do Secretariado Político, Secretaria-Geral, e ocuparia ainda a Secretaria de Agitação e Propaganda do PCB. Expulso do Partido em 1934, readmitido em 1936. Se afastaria gradativamente do PCB a partir de 1952.
Filho de imigrantes judeus da Bessárabia, atual Moldávia, que chegaram ao Brasil no início do século, indo morar na capital de Pernambuco. Em Recife, já em 1918, com apenas 11 anos, participaria da passeata de comemoração do fim da 1ª. Guerra Mundial. Após concluir seus estudos preparatórios em 1924, Basbaum foi para o Rio de Janeiro, ingressando posteriormente na Faculdade de Medicina da Praia Vermelha. Nesta época escreveu alguns contos e artigos para a revista Número.
Em Recife no início de 1925, entra em contato com o comunismo e toma conhecimento da existência do Partido Comunista do Brasil(PCB). No início de 1926, passa a trabalhar como revisor na Gazeta de Notícias. Neste período conhece Abelardo Nogueira, membro do PCB e amigo de Brandão, participando com estes das comemorações do 1º. de maio, e filiando-se ao PCB.
Em 1926, integra a 1ª. Diretoria da recém-fundada União dos Trabalhadores Gráficos (UTG). No fim deste ano deixa a Gazeta de Notícias dedicando-se ao seu curso de medicina. Em 1927 vai para Recife e por indicação de Astrogildo Pereira começa a organizar a Juventude Comunista na região fundando o 1º. Comitê Regional da futura Juventude Comunista (JC). Dois meses depois, vai para Salvador com o mesmo objetivo. De volta ao Rio de Janeiro, em abril de 27, é convidado por Astrogildo Pereira para comparecer a uma reunião da Comissão Central Executiva (CCE) do PCB, na qual apresenta um relatório de suas atividades no Nordeste. Após esta reunião, passaria a integrar a CCE e seria encarregado de organizar a juventude do partido a nível nacional.
Em 1° de agosto de 1927, na sede da União dos Trabalhadores Gráficos seria fundada a Juventude Comunista Brasileira (JCB), sendo Basbaum escolhido para Secretário-Geral, e responsável pela edição do jornal O Jovem Proletário. Nesse período, apoiaria as decisões e gestões do partido no sentido de uma aproximação com Luiz Carlos Prestes, fato que provocaria uma cisão no interior da JC.
Leôncio Basbaum sofre a sua primeira prisão no início de 1928, ficando oito dias detido. Neste ano é escolhido para participar como representante brasileiro da JC no V Congresso do KIM, além de integrar a delegação do PCB, ao lado de Paulo Lacerda e Morales, que se dirigiam ao IV Congresso da Internacional Comunista. A seguir, trabalhou na organização do III Congresso do PCB e no I Congresso da Juventude Comunista. No III Congresso Basbaum seria eleito para o Comitê Central do Partido, sem deixar a Juventude Comunista.
Em 1929, como membro do Secretariado Político, passa a ocupar a Secretaria-Geral, e ocuparia ainda a Secretaria de Agitação e Propaganda. Tendo sido escolhido para liderar a delegação do PCB na 1ª. Conferência Latino-Americana dos PC's, que se realizou em Buenos Aires, em junho de 1929, foi encarregado de após a Conferência, entrar em contato com Prestes para, em nome do partido, propor-lhe a candidatura a presidência da república pelo PCB, nas eleições de 30, convite que Prestes recusaria.
De volta ao Rio, Basbaum, revendo sua posição anterior, critica a possível aliança com Prestes durante uma reunião do CC, tendo sido sua posição mal aceita. A partir de 1930, com a implementação da política de proletarização do PCB, Basbaum seria afastado do Secretariado Político. Em função disso é enviado a São Paulo a serviço do "Comitê Militar Revolucionário", além de trabalhar na candidatura de Minervino de Oliveira à presidência da república. Mais tarde, parte para a Bahia, sendo preso após o movimento da Aliança Liberal. Em janeiro de 1931, após ser libertado, volta ao Rio de Janeiro, sendo informado de sua expulsão do CC, juntamente com Astrogildo Pereira e Paulo de Lacerda.
Em 1931 é preso e depois deportado para o Uruguai. Ao chegar em Montevidéu, participou de uma reunião do Secretariado Sul-Americano, tecendo críticas a política de proletarização. Nessa oportunidade, entraria em contato com Augustin Guralski e Harry Berger, líderes da IC na América Latina. Após ter participado, em novembro de 1931, da organização da Conferência Regional do PCB e da Conferência Sindical, foi escolhido, em janeiro de 32, Secretário-Geral do CR paulista. Em maio desse ano, com o afastamento de Paulo de Lacerda do Secretariado, Basbaum passaria a integrar o Secretariado Político, assumindo a Secretaria de Agitação e Propaganda. Em janeiro de 1933 é designado pela IC para organizar "O Comitê de Luta Contra a Guerra". Em fevereiro, é criticado em uma reunião do CC, acusado de "pequeno-burguês". Em função disso afasta-se do partido, mantendo sua posição crítica em relação à política obreirista.
No ano de 1934, participará, como membro da diretoria, da Liga Anti-Fascista, o que vai lhe custar nova prisão. Ao ser solto é transferido para a filial das Lojas Brasileiras em Salvador, sabendo pouco depois de sua expulsão do PCB.
Estando afastado do partido, não participaria do movimento de 35. Em 1936 o CC reconhece a irregularidade de sua expulsão, e Basbaum volta a atuar no PCB, ficando responsável pelo CR da Bahia, onde permanece até 1939. Retorna ao Rio de Janeiro, onde escreveria o livro Introdução ao Estudo da Filosofia. Em 1940 seria novamente preso em função de sua militância. Em 1942 passa a trabalhar na reorganização do PCB, cooperando na formação da "Comissão Nacional de Organização Provisória (CNOP). Apesar de sua militância não é convidado a participar da "Conferência da Mantiqueira".
No início de 1944, trabalha na organização de uma editora para o PCB, que recebe o nome de "Vitória". Neste mesmo ano, é publicada a edição brasileira de seu livro Fundamentos del Materialismo, publicado em 1943 na Argentina. No ano de 1945 foi encarregado de alojar Luiz Carlos Prestes em sua casa, com a finalidade de protegê-lo. Deixa a direção da editora Vitória, passando a trabalhar na Comissão Nacional de Finanças do partido, além de organizar grupos de assistência a militantes estrangeiros no Brasil. Em 1946, trabalharia na organização da Conferência Nacional do PCB, embora não participe desta. Em 1947, com a decretação da ilegalidade do partido, a Comissão de Finanças seria dissolvida, ficando Basbaum sem tarefas. Mais tarde é procurado pelo Comitê Nacional para articular um órgão com as mesmas características do extinto Socorro Vermelho, que se chamaria "Associação Brasileira de Assistência Social (ABAS), sendo escolhido seu Secretário-Geral. Em função desse trabalho é preso, e negando-se a retratar-se perante a direção da empresa, demite-se das Lojas Brasileiras.
No ano de 1950 elogia o rompimento com a "política de cooperação" do partido, apoiando o Manifesto de Agosto e a "Frente Popular de Libertação Nacional". No ano de 1952 se afastaria gradativamente do PCB. Em 1954, Leôncio Basbaum criticaria as diretrizes do IV Congresso do PCB. Em 1957, trabalhou na revista Novos Tempos que publicou o primeiro volume de seu livro História Sincera da República. No ano seguinte se matricula no Instituto Superior de Estudos Brasileiro (ISEB), publica o segundo volume de sua obra, e afasta-se definitivamente do PCB.
No final de 60 tenta criar uma organização política capaz de substituir o PCB, com um pequeno grupo de ex-membros e simpatizantes. Esse projeto seria interrompido com o recebimento de um convite para visitar a Iugoslávia. De volta ao Brasil, funda sua própria editora Agência Literária (Edaglit), publicando entre outras obras seu livro No Estranho País dos Iugoslavos, e em 1962, o terceiro volume da História Sincera da República. No início de 62 funda o Movimento Unitário do Povo Brasileiro (MUPB), sendo eleito presidente da organização, que duraria pouco tempo, e que lhe custaria a acusação pelo PCB de divisionista. No início de 1964 publicaria o seu livro O Processo Evolutivo da História, antes do fechamento de sua editora pelo governo militar. Em maio de 1965, embarca para a Europa, retornando em 66. Em 1967 viaja pela América Latina, seguindo para o México e logo em seguida para os EUA, sendo convidado pelo Prof. Ellison para ministrar uma palestra sobre o Brasil na Universidade de Austin. Retornando ao Brasil, seria convidado por alguns amigos do partido a reingressar no PCB, não aceitando o convite. Em 1968, publicaria o quarto volume da História Sincera da República.
No dia 17 de março de 1969, aos 61 anos de idade, Leôncio Basbaum faleceu em São Paulo, deixando incompleta sua auto-biografia Uma Vida em Seis Tempos.
(Fonte: Partido Comunista Brasileiro - Caminhos da Revolução (1929-1935).
Arquivo de Memória Operária do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, 1995).
Obras disponíveis | |
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1957 - Set | Renovação no PCB? |
Os primeiros anos da Juventude Comunista do PCB |
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